quarta-feira, 24 de julho de 2013

[URC] Nota de saudação ao Partido do Trabalho da Coreia pelo 60º aniversário da vitória do povo coreano contra o imperialismo estadunidense e os seus lacaios


Estimado camarada Kim Jong Un, Primeiro Secretário do Partido do Trabalho da Coreia, Primeiro Presidente do Comitê Nacional de Defesa da República Popular Democrática da Coreia e Comandante Supremo do Exército Popular da Coreia:

Receba da União Reconstrução Comunista (Brasil), nossas saudações pela magnífica vitória contra o imperialismo estadunidense, o exército títere sul-coreano e demais países lacaios na Grande Guerra de Libertação da Pátria (1950-1953), que no dia 27 de julho completará o seu 60º aniversário. O Partido do Trabalho da Coreia e o Exército Popular Coreano, liderados pelo camarada Kim Il Sung, impuseram ao imperialismo norte-americano sua primeira derrota, destruindo o mito de que os Estados Unidos seria um país invencível. 

O exemplo da bravura do povo e dos comunistas coreanos são fonte de inspiração para todos os militantes da União Reconstrução Comunista. Sabemos que levantando bem alto a bandeira da política Songun, sistematizada pelo camarada Kim Jong Il, o povo coreano seguirá obtendo inúmeras vitórias em sua marcha para a construção de uma sociedade socialista próspera. 

Apoiamos totalmente a direção do Partido do Trabalho da Coreia e o seu líder, Primeiro-Secretário, camada Kim Jong Un. Sabemos que sob sua liderença o povo coreano seguirá decididamente no caminho da luta anti-imperialista, pela construção do socialismo. 

Viva o 60º Aniversário da Vitória do Povo Coreano na Grande Guerra de Libertação da Pátria!
Viva à Revolução Coreana!
Viva o Partido do Trabalho da Coreia!

UNIÃO RECONSTRUÇÃO COMUNISTA
São Paulo, 24 de julho de 2013

terça-feira, 23 de julho de 2013

Ato 26 de Julho: Dia Nacional da Rebeldia Cubana

26 de julho: Dia Nacional da Rebeldia Cubana
60 anos do Assalto ao Quartel Moncada!
Em defesa da vinda dos médicos cubanos para o Brasil


Este ano a comemoração do 26 de Julho, Dia Nacional da Rebeldia Cubana, será ainda mais importante. Completam-se 60 anos do assalto ao Quartel Moncada, um evento herórico e fundamental para a organização do Movimento que conduziu Cuba a sua Revolução. Vamos aproveitar a data para discutir a polêmica vinda dos médicos cubanos ao Brasil.

26 de Julho
15h - Ato de rua com agitação e panfletagem - Praça Ramos (centro de São Paulo)
19h - Ato político
Abertura - apresentação musical dos Cravos da Madrugada
Debate - participação de Luis Suaréz, acadêmico cubano que falará sobre os 60 anos do Assalto ao Quartel Moncada, além de médicos formados em Cuba, representantes do CRP e do Sindicato dos Servidores de BH que debaterão sobre a saúde no Brasil e a vinda dos médicos cubanos ao país.
Local: Sindicato dos Bancários de SP, Auditório Azul, subsolo - Rua São Bento, 413 (Edifício Martinelli)

MOVIMENTO PAULISTA DE SOLIDARIEDADE A CUBA

ILPS adere às comemorações do 60º aniversário do ataque ao Quartel de Moncada em 26 de Julho


Nós, da Liga Internacional de Luta dos Povos (ILPS), nos juntamos ao povo cubano e a todos os outros povos na comemoração do sexagésimo aniversário dos ataques ao quartel de Moncada e à guarnição adjacente de Bayamo, em 26 de Julho de 1953. Os ataques foram realizados por cerca de 160 homens e mulheres, liderados por Fidel Castro e Abel Santamaria.

A intrépida ação fracassou, com dezenas de rebeldes assassinados e detidos. Porém, eles inspiraram uma campanha de guerra revolucionária, liderada pelo Movimento 26 de Julho. Isto culminou na insurreição popular que depôs, em 1º de Janeiro de 1959,  a ditadura de Batista, patrocinada pelos Estados Unidos.

As massas trabalhadoras de operários e camponeses cubanos desmantelaram o poder estatal dos grandes compradores, latifundiários e capitalistas burocráticos e estabeleceram um governo democrático. Desde então, o povo cubano tem defendido a sua independência nacional e sua revolução socialista contra o cerco econômico, político, militar e outras formas de ataque por parte do imperialismo dos Estados Unidos e seus fantoches.

Nós nos solidarizamos com o povo cubano e apoiamos o mesmo em sua luta revolucionária pela independência nacional e pelo socialismo. Nós os aplaudimos por manterem-se firmes contra a potência imperialista vizinha, levando adiante a causa da libertação nacional e social e, desta forma, inspirando os povos oprimidos e explorados a lutarem pela independência nacional, pela democracia e pelo socialismo.

Viva o espírito do 26 de Julho!
Viva a Revolução Cubana!
Viva a solidariedade internacional contra o imperialismo e todo tipo de reação! 


por Prof. José Maria Sison
Presidente da Liga Internacional de Luta dos Povos (ILPS)

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Leia a nota original em

segunda-feira, 22 de julho de 2013

[URC] Em memória dos combatentes caídos do Novo Exército Popular das Filipinas

Frankie Joe Soriano, comandante Ka Greg, 
foi um dos assassinados pelo exército 
reacionário filipino no dia 4 de julho.
A União Reconstrução Comunista envia às forças revolucionárias filipinas suas mais profundas condolências pelo assassinato dos oito combatentes vermelhos pelas reacionárias "Forças Armadas das Filipinas" no último dia 4 de julho, em Sorsogon.

O assassinato dos combatentes vermelhos pelo exército fascista filipino foi realizado da maneira mais brutal e covarde possível. Ao contrário do que foi apregoado pelos porta-vozes do exército reacionário sobre os supostos "mortos em combate", os combatentes estavam desarmados e incapazes de apresentar qualquer forma de resistência, devendo portanto, de acordo Convenção de Genebra, serem levados como prisioneiros de guerra. Indo na contramão dos acordos internacionais sobre as leis da guerra e dos direitos humanos, os reacionários das "Forças Armadas das Filipinas" os executaram sumariamente a sangue frio. Os comandantes Ka Greg, Ka Nel e Ka Gary foram assassinados com tiros na cabeça pelos soldados fascistas.

Como comunistas brasileiros, a par de nosso dever internacionalista para com os comunistas filipinos, honramos a memória dos mártires da Guerra Popular, Frankie Joe Soriano (Ka Greg Bañares), Christine Puche (Ka Nel), Ted Palacio (Ka Gary), Pehing Hipa (Ka Miloy), David Llunar (Ka Rey), Romero Añonuevo (Ka Nene), William Villanueva Jr (Ka Jay) e Ailyn Calma (Ka Kevin). Deixamos nossa homenagem especial principalmente ao grande camarada Ka Greg (Frankie Joe Soriano), exemplar comunista filipino desde sua juventude e antigo porta-voz do Novo Exército Popular na região de Bicol.

Lançamos nossos maiores protestos contra o governo reacionário de Noynoy Aquino, subserviente ao imperialismo norte-americano e que leva a cabo uma intensa campanha de repressão contra o Partido Comunista das Filipinas e o movimento revolucionário do país, afim de manter intacta a dominação semicolonial dos Estados Unidos contra as grandes massas do povo filipino.

Temos absoluta convicção de que, apesar dos eventuais reveses, o Partido Comunista das Filipinas honrará sua condição de destacamento de vanguarda do proletariado filipino, será capaz de derrotar a campanha de "cerco e aniquilamento" imposta pelo governo reacionário de Aquino e continuará a levar a cabo de maneira brilhante a Guerra Popular para libertar as grandes massas filipinas do domínio do velho regime semicolonial e semifeudal.

Viva à Revolução Filipina!
Glória aos combatentes caídos do Novo Exército Popular!
Comandantes Ka Greg, Ka Nel, Ka Gary, Ka Miloy, Ka Rey, Ka Nene, Ka Jay e Ka Kevin, presentes!


UNIÃO RECONSTRUÇÃO COMUNISTA
Terça-feira, 22 de julho de 2013

domingo, 21 de julho de 2013

TRADUÇÃO: "Democracia Burguesa e Fascismo" (Harpal Brar) - terceira parte

Em maio de 2000, Harpal Brar, presidente do Partido Comunista da Grã Bretanha (Marxista-Leninista), apresentou o artigo "Democracia Burguesa e Fascismo", no Seminário Internacional Primeiro de Maio, em Bruxelas, organizada pelo Partido do Trabalho da Bélgica (PTB).

Segue a terceira parte da tradução deste importante artigo; nesses pontos, Brar fala sobre olhar do capitalismo sob o fascismo e a demagogia como ferramenta deste último.

"DEMOCRACIA BURGUESA E FASCISMO" (parte III)

"A socialdemocracia emergiu da Primeira Guerra Mundial com o duplo objetivo de derrotar a revolução proletária e reconstruir a estrutura parcialmente destruída do capitalismo. De fato, realizaram muito bem estas vergonhosas tarefas. Nenhum crime foi demais para ela para derrotar a revolução – assassinato de líderes revolucionários, encarceramento de milhares de revolucionários e repressão generalizada. Assumiu responsabilidades governamentais e empreendeu a tarefa de acabar com os operários mais militantes, fez algumas concessões para pacificar alguns setores, tudo isso com o objetivo de salvar a pele do capital financeiro." (...)
1. Fascismo: Crescimento repentino?
2. O que é o Fascismo?
3. Itália, então um país atrasado
4. Alemanha, a traição da Socialdemocracia
5. A Socialdemocracia aos olhos dos capitalistas
6. Fascismo e Demagogia
7. Fascismo e a Guerra
8. As bases das Liberdades Democráticas nos Estados imperialistas
9. Estados como Grã Bretanha, França ou Estados Unidos são alheios ao Fascismo?

quinta-feira, 18 de julho de 2013

(NOTAS DA GUERRA POPULAR) Revolucionários executam seis agentes da repressão na Índia


No último 17 de Julho, três soldados da Policia Auxiliar Especial (PAE) e dois seguranças de uma empresa de construção foram executados em um ataque do Exercito Guerrilheiro Popular de Libertação (EGPL) - dirigido pelo Partido Comunista da Índia (Maoista) - em Bihar. Outros sete soldados foram feridos durante o ataque. Tal ação foi executada por um pelotão composto por mais de 125 guerrilheiros revolucionários. Logo após a ação, o EGPL também executou um funcionário de uma empresa de construção, acusado pelos revolucionários de ser informante. Seu nome era Balaram Dalai e tinha 40 anos. Os maoístas deixaram sobre seu corpo uma carta que o acusava de trabalhar para a polícia.

[URC] Nota de repúdio à retenção do navio norte-coreano Chong Chon Gang no Panamá


A União Reconstrução Comunista, por meio desta nota, manifesta o seu mais profundo repúdio pela atitude tomada pelo governo panamenho em reter no canal do Panamá o navio norte-coreano Chong Chon Gang, que havia saído de Havana em direção à República Popular Democrática da Coréia. O governo panamenho reteve o navio comercial norte-coreano alegando suspeitas de “transporte de drogas”. Como informado pelo Ministério de Relações Exteriores da República Popular Democrática da Coreia, as autoridades panamenhas prenderam o capitão e os tripulantes coreanos, atacando-os com violência.

O governo cubano reconheceu que o navio transportava açucar e armamento obsoleto, que seriam reparados e devolvidos, de acordo com os recentes acordos estabelecidos entre Cuba e RPDC. É certo que o Estado panamenho, fazendo jus a sua posição de país lacaio, agiu sob ordens do imperialismo estadunidense, que se esforça para sabotar a cooperação existente entre a Repúlica de Cuba e a República Popular Democrática da Coreia.

UNIÃO RECONSTRUÇÃO COMUNISTA
Quinta-feira, 18 de julho de 2013

segunda-feira, 15 de julho de 2013

TRADUÇÃO: "Democracia Burguesa e Fascismo" (Harpal Brar) - segunda parte

Em maio de 2000, Harpal Brar, presidente do Partido Comunista da Grã Bretanha (Marxista-Leninista), apresentou o artigo "Democracia Burguesa e Fascismo", no Seminário Internacional Primeiro de Maio, em Bruxelas, organizada pelo Partido do Trabalho da Bélgica (PTB).

Segue a segunda parte da tradução deste importante artigo sobre o papel da socialdemocracia na ascensão do fascismo na Europa no século XX.

"DEMOCRACIA BURGUESA E FASCISMO" (parte II)

(...) "O desenvolvimento do fascismo na Itália, Alemanha e Áustria revela com clareza que o papel da socialdemocracia é crucial na ascensão do fascismo ao poder. Sem compreender esta interrelação entre a socialdemocracia e o fascismo é impossível compreender a política capitalista desde o fim da Primeira Guerra Mundial, que marcou o abandono aberto da socialdemocracia, o que representa a ida de setores significativos do movimento da classe operária, especialmente dos sindicatos e liderança parlamentar, em todos os países imperialistas para o lado da burguesia".
1. Fascismo: Crescimento repentino?
2. O que é o Fascismo?
3. Itália, então um país atrasado
4. Alemanha, a traição da Socialdemocracia
5. A Socialdemocracia aos olhos dos capitalistas
6. Fascismo e Demagogia
7. Fascismo e a Guerra
8. As bases das Liberdades Democráticas nos Estados imperialistas
9. Estados como Grã Bretanha, França ou Estados Unidos são alheios ao Fascismo?

ARTIGO: "Sobre as relações entre teoria e prática"


Engels demonstra em seu Introdução à Dialética da Natureza sua teoria sobre o surgimento da Terra. A Terra, assim como os sistemas solares de nossa galáxia, surgiu do esfriamento das nebulosas incandescentes – desde o momento em que a Terra se esfriou até a temperatura limite em que existe a possibilidade do surgimento da vida até propriamente o surgimento da mesma, datam cerca de dez milhões de anos, quando as plantas, árvores etc. começam a surgir no seio da crosta terrestre.

Entre as diversas modalidades de vida, nossos antepassados foram na verdade seres altamente desenvolvidos. A filosofia marxista clássica da natureza (principalmente Engels em Anti-Dühring) dá uma atenção especial à albumina, a principal proteína do plasma do sangue, ao explicar a origem da vida. Através da evolução de estruturas químicas complexas em substância albuminosa, desta substância deve ter surgido a vida. Relembremos o trabalho dos cientistas Miller e Urey, que comprovaram as hipóteses de Oparin (este, aliás, era soviético) e J.B.S. Haldane sobre a possibilidade de síntese de matéria orgânica em tempos remotos, a teoria da sopa primordial, a abiogênese. Os dois primeiros fizeram um equipamento que simula as condições da Terra primitiva (determinados gases na atmosfera e descargas elétricas), cujos raios fizeram surgir pequenas moléculas orgânicas, aminoácidos, que poderiam ter originado coacervados, a partir dos quais teriam surgido os primeiros seres vivos.

Engels, em seu Sobre o Papel do Trabalho na Transformação do Macaco em Homem, cita: “Há muitas centenas de milhares de anos, numa época, ainda não estabelecida em definitivo, daquele período do desenvolvimento da Terra que os geólogos denominam terciário, provavelmente em fins desse período, vivia em algum lugar da zona tropical — talvez em um extenso continente hoje desaparecido nas profundezas do Oceano Indico — uma raça de macacos antropomorfos extraordinariamente desenvolvida. Darwin nos deu uma descrição aproximada desses nossos antepassados. Eram totalmente cobertos de pelo, tinham barba, orelhas pontiagudas, viviam nas árvores e formavam manadas.”

Em sua luta por suas condições de existência, onde existia a necessidade de fuga das feras existentes – impossíveis de serem enfrentadas na época por conta do atraso nos instrumentos de produção – e de buscar alimentos do alto das árvores, houve a necessidade da diferenciação na atividade existente entre os pés e a mão. À medida que precisavam subir, a atividade das mãos diferenciava-se claramente da dos pés e, durante atividades de centenas de milhares de anos em suas lutas por condições de existência, onde as atividades das mãos se diferenciam definitivamente da dos pés.

Essa diferenciação na utilização das mãos foi fundamental para que fosse possível a criação de ferramentas, a partir da necessidade de se defender dos predadores. Isso aumentou a possibilidade de sobrevivência do ser humano em relação às outras espécies.

Outro fator importante para o surgimento do ser humano moderno foi a cultura: capacidade de simbolização, uso cada vez mais aprimorado da linguagem, estabelecimento de regras e laços de solidariedade e sociabilidade (como a proibição do incesto, estabelecimento de vínculos entre cada indivíduo do grupo, etc). O desenvolvimento da cultura se deu em conjunto com as mudanças corporais, ou seja, não podemos ver nenhum desses processos de forma linear. A cultura é tanto produto do ser humano quanto o ser humano é produto da cultura. A cultura nada mais é do que a síntese das ações concretas do ser humano em luta por suas condições de existência – ao se tomar determinada ação, o cérebro codifica determinado número de informações que novamente são utilizadas para uma prática qualitativamente superior, ambas adquiridas através da experiência anterior.

A postura ereta foi tão determinante quanto a cultura e até a auxiliou. Tal característica promoveu o maior desenvolvimento da laringe, possibilitando a emissão mais complexa de sons, formação de palavras. A linguagem foi mais importante não para a troca de ideias, mas para o aumento na capacidade de cooperar com o grupo.

Com a seleção natural (os seres com habilidades e características mais apropriadas ao momento eram “selecionados pela natureza” a sobreviverem mais facilmente), o Homo sapiens enfim desponta como organismo biológico mais apto à sobrevivência. Lembrando que cada ser vivo é singular em suas características, logo não podemos separá-los entre “superiores” e “inferiores”.

Tal desenvolvimento dos homens leva a uma polêmica que há milênios degladeia os mais diferentes filósofos de diferentes escolas. Engels, no seu Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Clássica Alemã, estuda os milênios de luta dos homens contra a natureza para forjar seus meios de subsistência, somada aos conhecimentos decorrentes, e chega à conclusão de que a discussão filosófica estabelecida entre os homens, durante todo determinado período histórico, se dilui facilmente no mais simples questionamento da relação entre o ser e a consciência. O que vem primeiro, o ser ou a consciência? A ação ou o conhecimento? A prática ou a teoria? A matéria ou o espírito? Àqueles que entendiam que o conhecimento era a anterior à ação, denominávamos idealistas, àqueles que entediam que a ação era anterior ao conhecimento, denominávamos materialistas.

As principais escolas do idealismo, como assim denominamos, jamais teve o mérito histórico de estabelecer uma correta relação entre a ação e o pensamento. Para as primeiras, matéria e espírito são categorias completamente independentes uma da outra, onde o espírito adquire vida própria e a matéria não é senão um peso morto subordinado ao espírito. Portanto, toda a história não seria senão o “Autodesenvolvimento do Espírito”, como dizia Hegel, e que toda a história era nada mais do que um amontoado de fatos sem qualquer conexão uns com os outros, da feita que somente o “Espírito” desenvolvia a História.

Entre alguns dos discípulos da escola hegeliana, estavam os irmãos Bauer – Bruno e Edgar Bauer. Marx e Engels, em sua luta para acertar contas com suas antigas concepções filosóficas, criticaram duramente em A Sagrada Família as ideias contidas nas obras dos irmãos Bauer. Aprofundando a reacionária filosofia idealista, as massas populares não seriam nada mais do que um “peso morto” na História, onde os “filósofos”, totalmente desconectados da realidade, seriam os grandes responsáveis pelo andamento e o prosseguimento dos fatos históricos. A “Ideia” surgia como algo desconectado do mundo, vindo do exterior, e que seria somente um privilégio dos chamados “filósofos” tão “acima” da “Massa”.

Marx e Engels, nas críticas contra tais concepções, demonstraram cientificamente que as ideias, a moral, as concepções, toda a superestrutura ideológica não era determinada por um suposto ente exterior, desconectado da realidade. Que, ao contrário, as ideias tem suas raízes na própria luta das massas populares por suas condições existência, que através da luta na produção, na luta de classes, forja novas ideias que auxiliam em práticas qualitativamente superiores às anteriores. Consequentemente, toda luta só será levada até o fim desde o momento em que as ideias reflitam corretamente as demandas das massas populares e que estejam em estreita relação com a realidade objetiva.

Tal experiência surgida da luta de Marx e Engels contra o idealismo dá para nós, até hoje, profundas lições que servem à prática da luta dos comunistas brasileiros pela vitória da Revolução Brasileira. Qual critério deve ser estabelecido para verificar se uma teoria corresponde ou não à realidade? Como não vulgarizar a famosa frase segunda a qual “a prática é o critério da verdade”?

As ciências naturais – física, biologia, química etc. nos fornecem um quadro perfeito de como dizer se uma teoria corresponde ou não à realidade. O exemplo da equação “Potencial elétrico = (Resistência elétrica)*(Corrente elétrica)”, U = R.i, permite testar na prática a veracidade ou não de uma teoria. Dada uma voltagem qualquer e uma resistência elétrica qualquer, caso o amperímetro verifique na prática que a corrente elétrica corresponde, em todos os casos, a razão entre a voltagem e a resistência, então se prova a veracidade de tal teoria. O potencial elétrico, portanto, corresponde ao produto da resistência e da corrente, objetivamente, independente da vontade de qualquer pessoa.

Como verificar, contudo, a veracidade ou não de uma teoria ou programa Marxista-Leninistas no caso da prática concreta de uma Revolução?

Deve haver uma modificação mútua entre teoria e prática, modificando a teoria à medida que a prática nos diz que ela, total ou parcialmente, não corresponde mais a uma nova realidade; assim como devemos pautar as teorias com base na observação da realidade concreta. Não há relação de causa e consequência, uma relação mecânica, há uma malha de fatores, teóricos e práticos, que se interligam e dependem uns dos outros. O correto entendimento do relacionamento entre eles é peça chave para a direção correta da revolução proletária, assim como o entendimento de todas as contradições e como elas poderão condicionar a teoria.

Somente as massas têm a autoridade para dizer se um programa político corresponde ou não à realidade. As demandas concretas das massas é o que confirmam a veracidade ou não de todo um cabedal teórico produzido pelos intelectuais que se forjam na luta de massas. Portanto, estar entre as grandes massas de operários, camponeses e estudantes, entender suas demandas, o que pensam, etc., é de importância fundamental para a confirmação exata da veracidade de nosso programa da Revolução Brasileira. Tal contato permitir-nos-á acordar ideologicamente aqueles que são as forças diretrizes da Revolução e que aplicarão nossa linha política nos mais diferentes setores da vida social.

COLETIVO BANDEIRA VERMELHA

domingo, 14 de julho de 2013

TRADUÇÃO: "Democracia Burguesa e Fascismo" (Harpal Brar) - primeira parte

Em maio de 2000, Harpal Brar, presidente do Partido Comunista da Grã Bretanha (Marxista-Leninista), apresentou o artigo "Democracia Burguesa e Fascismo", no Seminário Internacional Primeiro de Maio, em Bruxelas, organizada pelo Partido do Trabalho da Bélgica (PTB).

Segue a primeira parte da tradução deste importante artigo; aqui Brar traz a definição do que é o fascismo e qual é a sua função histórica na luta de classes.


"DEMOCRACIA BURGUESA E FASCISMO" (parte I)
"O fascismo é a resposta prática da burguesia imperialista à ameaça da revolução proletária. É um movimento de massas contrarrevolucionário que, contando com o apoio total da burguesia, que põe em prática uma mistura de demagogia social e métodos terroristas com o objetivo de esmagar a revolução e fortalecer a ditadura do capital financeiro. Para definir o fascismo e situa-lo em sua realidade concreta, há de se expor a sua base de classe, em qual sistema de relações de classe em que nasce e no qual funciona, e o papel de classe que lhe atribui o capital financeiro e que tão bem o cumpre." (...)
1. Fascismo: Crescimento repentino?
2. O que é o Fascismo?
3. Itália, então um país atrasado
4. Alemanha, a traição da Socialdemocracia
5. A Socialdemocracia aos olhos dos capitalistas
6. Fascismo e Demagogia
7. Fascismo e a Guerra
8. As bases das Liberdades Democráticas nos Estados imperialistas
9. Estados como Grã Bretanha, França ou Estados Unidos são alheios ao Fascismo?

sábado, 13 de julho de 2013

[URC] Nota de pesar em memória do camarada Ganti Prasadam


A União Reconstrução Comunista manifesta o seu profundo pesar pela morte do camarada Ganti Prasadam, destacado lutador comunista, assassinado de maneira covarde e brutal no dia 4 de julho de 2013. O camarada Ganti Prasadam foi vítima de um ataque covarde desferido por bandoleiros mercenários profissionais a serviço das autoridades indianas e do Estado reacionário, quando saia de um hospital em Andhra Pradesh. O camarada Ganti Prasadam era vice-presidente da Frente Democrática Revolucionária de Toda a Índia e membro da Executiva do Comitê de Familiares e Amigos dos Mártires.

O assassinato do camarada Ganti Prasadam revela, uma vez mais, de maneira clara o verdadeiro caráter do Estado reacionário indiano, disposto a massacrar, torturar e assassinar todos aqueles que lutam por uma sociedade livre da exploração do homem pelo homem. Sabemos que o camarada Ganti Prasadam, em nenhum momento sequer, fraquejou diante do inimigo de classe e, durante toda sua vida como revolucionário, se portou de maneira honesta e íntegra. O seu exemplo guiará a ação de milhares de combatentes revolucionários, na Índia e em todo mundo.

Nós, da União Reconstrução Comunista, que lutamos pela reconstrução de um Partido Comunista guiado pelas ideias revolucionárias de Marx, Engels, Lenin, Stalin e Mao, extendemos nosso apoio e solidariedade ao Partido Comunista da India (Maoista), a Frente Democrática Revolucionária de Toda a India, ao Comitê de Familiares e Amigos dos Mártires e a classe operária, camponeses, nacionalidades oprimidas e demais setores das massas populares indianas.

Viva a Guerra Popular na Índia!
Viva o Partido Comunista da Índia (Maoísta)
Viva a Revolução Mundial!

UNIÃO RECONSTRUÇÃO COMUNISTA
Sábado, 13 de julho de 2013

quinta-feira, 11 de julho de 2013

[URC] Nota de apoio à Greve Geral


Neste quinta-feira, 11 de julho, acontecerá uma greve geral em todo o País, organizada pelas centrais sindicais CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CBT (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), Intersindical, Nova Central e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), além do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e da UNE (União Nacional dos Estudantes), apoiados por outros movimentos sociais.

Inúmeros setores se manifestaram a favor da paralisação como os bancários, metalúrgicos, funcionários públicos federais, judiciários federais, Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Correios, construção civil e outros setores, além de entidades estudantis e movimentos sociais que também se somarão as paralisações em fábricas e vias da cidade de São Paulo, a exemplo do que acontecerá nas principais cidades do país.

Apoiamos a luta que foi organizada sem alimentar ilusões nos movimentos organizados já citados. Nós, da União Reconstrução Comunista, declaramos nosso apoio ao Dia Nacional de Lutas e ressaltamos a necessidade de organização da classe operária e a criação de sindicatos revolucionários, que não se conciliam com os capitalistas. A greve é um importante meio de luta da classe trabalhadora e deve ser desenvolvida e fomentada, pois mostra aos trabalhadores a força que vem da união com seus iguais. Os trabalhadores devem assumir o seu papel na onda de protestos e manifestações que eclodiu no último mês em todo o Brasil. 

Devemos seguir nas ruas, fortalecendo as lutas populares para além da conciliação de classes e dos interesses partidários presos ao horizonte eleitoral. É necessário colocar, mais uma vez, a necessidade da reconstrução do partido revolucionário para que se desenvolva uma linha correta de atuação, permitindo o fortalecimento político da classe trabalhadora para a luta por um Estado de novo tipo: o Estado popular e democrático.

UNIÃO RECONSTRUÇÃO COMUNISTA

segunda-feira, 8 de julho de 2013

[URC] Criada a União Reconstrução Comunista

Fundadores do Partido Comunista do Brasil. Em pé, da esquerda para a direita:
Manuel Cendón, Joaquim Barbosa, Astrojildo Pereira, João da Costa Pimenta, Luís Peres
 e José Elias da Silva;  sentados Hermogêneo Silva, Abílio de Nequete e Cristiano Cordeiro.

"O Partido não tem dono. Ele pertence à classe operária que saberá reconstruí-lo."
José Duarte, militante e histórico líder do Partido Comunista


A União Reconstrução Comunista visa ser um polo aglutinador de todos os militantes revolucionários e ativistas descontentes com os rumos tomados pelo movimento comunista em nosso país, destruído e corroído pelo revisionismo e oportunismos de direita e esquerda.

Após longos estudos e debates, e um ano da fundação do Coletivo Bandeira Vermelha, conquistamos, enfim a base da unidade orgânica que norteia nossa prática: a unidade ideológica na teoria do proletariado desenvolvida por Marx, Engels, Lenin, Stalin e Mao; a luta pela refundação do Partido Comunista com base na teoria revolucionária do proletariado; a necessidade de se levar a cabo a Revolução Proletária dentro das condições concretas de nosso país.

As recentes eclosões de manifestações populares, que sacodem o Brasil de norte a sul, mostraram uma vez mais a capacidade combativa de nosso povo, que sem dúvida está disposto a lutar por melhores condições de vida. Porém, o que ficou demonstrado claramente é que nenhum avanço e transformações de fundo ocorrem de maneira espontânea. Somente um disciplinado e organizado partido proletário Marxista-Leninista poderá levar as lutas para a vitória, evitando os caminhos das derrotas que hipoteticamente possam ser impostos pela grande burguesia brasileira, seus partidos e pelo revisionismo. O Partido que, com a ajuda das grandes massas do povo, devemos reconstruir, não se trata de um partido voltado para a disputa de eleições ou para conquistar um ou outro cargo na administração de governos burgueses, mas sim para organizar e orientar as lutas operárias, camponesas, estudantis, etc. por suas reivindicações políticas e econômicas, pela construção de um novo Estado democrático, popular e socialista, sob o controle direto das massas organizadas, que nada tem a ver com a velha democracia imposta pelos poderosos, que consiste na velha rotina de apertar um botão a cada dois anos para, depois, nunca mais se falar nisso. O novo Partido, de caráter proletário, portador da ideologia do Marxismo-Leninismo, não pode ser uma agremiação eclética de caráter social-democrata ou trotskista. Deve combater com firmeza toda ideologia e concepções alheias ao Marxismo-Leninismo, fortalecendo o seu domínio da teoria avançada do proletariado. A União Reconstrução Comunista se baterá firmemente para a aplicação desses princípios na luta pela reconstrução do Partido Comunista no Brasil.

Mais informações em www.uniaoreconstrucaocomunista.blogspot.com.br

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Nota de repúdio à agressão imperialista ao presidente boliviano Evo Morales


O imperialismo se manifesta mais uma vez de forma covarde e arbitrária, como é de sua natureza. Novamente a soberania de um povo e toda a legislação do Direito Internacional é assoterrado para atender os interesses excusos e imperiais dos Estados Unidos. O avião do presidente boliviano Evo Morales foi impedido de entrar no espaço áereo da França, Portugal, Itália e Espanha, por onde passaria a sua rota para retornar a seu país após reunião do Fórum de Países Exportadores de Gás realizada em Moscou, com Vladimir Putin, Nicolás Maduro e Mahmoud Ahmadinejad. Dada a injustificável negativa desses países, o avião presidencial teve de fazer um pouso não programada em Viena, na Áustria.

A “justificativa” de tal agressão ao representante do povo boliviano foi a suposta presença na aeronave do ex-técnico da CIA, Edward Snowden, que delatou os programas de vigilância e espionagem na internet implantados pelo governo estaduninense. Snowden está na na zona de trânsito do aeroportou de Moscou e já enviou pedido de asilo político a 21 países, incluíndo o Brasil.

O vicepresidente da Bolívia, Álvaro Garcia Linera, foi categórico em acusar o imperialismo estadunidense pela “sequestro” realizada nesta noite de terça-feira. Em suas palavras “uma potência decadente, ambiciosa, usa sua prepotência para agredir um povo digno, trabalhador, indígena”. Também acusou a servilidade das potências europeias, que estão convertidas em “indignas colônias dos Estados Unidos”. Ainda nas palavras do vicepresidente boliviano, “é a dignidade de toda América Latina que está sendo pisoteada”.

É dever de todos os povos do mundo condenar veementemente essa agressão do imperialismo ao povo boliviano. Toda a América Latina, em especial, deve se levantar e se posicionar de maneira firme contra mais essa atitude imperial do decadente Estado norteamericano. O Coletivo Bandeira Vermelha repudia mais esta agressão covarde do imperialismo estadunidense e seus lacaios europeus e reafirma mais uma vez a necessidade de uma postura antiimperialista firme dos povos latinoamericanos e do mundo.

COLETIVO BANDEIRA VERMELHA
São Paulo,  03 de julho de 2013

terça-feira, 2 de julho de 2013

“Algumas Reflexões sobre a Filosofia de Mao Tsé-tung” (Nagalingam Shanmugathasan)

Publicamos aqui a tradução realizada pelo Coletivo Bandeira Vermelha do artigo “Algumas Reflexões sobre a Filosofia de Mao Tsé-tung”, de Nagalingam Shanmugathasan (1920-1993), líder comunista do Sri Lanka e defensor do legado revolucionário de Mao.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

“Teses sobre o movimento revolucionário nos países coloniais e semicoloniais”


Reproduzimos aqui a tradução feita pelo Coletivo Bandeira Vermelha de um documento da Internacional Comunista, adotado em setembro de 1928, que orienta a prática dos Partidos Comunistas nos países coloniais e semicoloniais.