segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A queima da cana de açúcar: Demonstração do poder latifundiário monocultor


Ribeirão Preto e as cidades vizinhas sofrem com a queima da cana de açúcar praticada pelos famigerados usineiros da região. Há longo tempo que essa prática da elite latifundiária afeta a qualidade de vida e o conforto do trabalhador, trabalhadora e crianças da região, que sofrem cada dia mais com problemas respiratórios quase que hereditários, causados por decorrência da queima. A umidade relativa do ar na região, que sempre muito baixa, é resultante dessa prática também.

Há um mês, a Câmara Municipal, composta por vereadores parasitas que sugam a máquina do velho estado e revezam-se no poder com seus familiares, não pôde deixar de aprovar um projeto que proíbe a queima da cana de açúcar após forte pressão dos setores civis organizados. Porém, o que era de se esperar, a lei não se aplica aos latifundiários, que estimulam a corrupção para diminuir a fiscalização e, com isso, continuam a praticar a queima e não sofrem qualquer represália do falido estado. 

Desde o Brasil colonial, a lei e a ordem que são aplicados com rigor e autoridade excessiva em cima do camponês e do operário brasileiros, não entram pela porteira das grandes fazendas e usinas. Hoje, no nosso Brasil semicolonial, nada muda. Os camponeses ficam sem terra e o operário agrícola segue trabalhando sob condições semifeudais; os latifundiários continuam protegidos e abraçados pelo velho estado brasileiro, e os operários continuam sendo assassinados pela polícia nas favelas. Essa prática dos latifundiários sem qualquer represália do velho estado ilustra essa realidade que é idêntica em todo o território nacional.

Para além, temos a monocultura. A monocultura da cana de açúcar na região, assim como soja e laranja no restante do território nacional, também nos passa uma clara mensagem: de que o Brasil segue produzindo em suas terras produtivas somente o que necessitam as grandes indústrias norte-americanas. Ainda mais que isso: seguem produzindo com relações dignas da era feudal, deixando os operários agrícolas e camponeses numa condição de servos, e o velho estado brasileiro segue esnobando a demanda dos camponeses e a fome da cidade. 

Essa relação entre Brasil-Estados Unidos é uma relação semicolonial: produzimos matéria-prima para sustentar as indústrias ianques, não plantando arroz e feijão que é o que necessita o trabalhador brasileiro; em contrapartida, compramos deles os produtos industrializados que poderíamos estar produzindo aqui, quando não, compramos suas tecnologias de produção atrasadas para continuar sustentando uma forma de produção agrícola e industrial insuficientes.

Por conta disso, o espírito de rebeldia entre as massas do campo e da cidade fervem. Sabem as massas que só com a revolução nacional, desencadeada com uma luta contra a dominação estrangeira que segue em parceria com a grande burguesia da cidade e os latifundiários no campo, será capaz de colocar as coisas em ordem. E por isso que se organizam e lutam.

por Jornal Nova Pátria

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