quarta-feira, 30 de julho de 2014

Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba realizou sua 7º Convenção Estadual


​No último sábado, 26 de julho, Dia da Rebeldia Cubana, o Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba realizou sua 7º Convenção Estadual. Mais de 100 pessoas participaram da atividade que aconteceu no Memorial da Resistência, antigo prédio do Dops de São Paulo.

A Consulesa Geral de Cuba em São Paulo, Nélida Hernández Carmona, participou da mesa de abertura do evento ao lados de representantes de entidades solidárias que compõe o MPSC. Na sequência, uma mesa de debates apresentou informações sobre atualização econômica cubana, os 5 Patriotas e o assalto ao quartel Moncada, além da importância deste feito para as lutas atuais.

Na parte da tarde, em parceria com o Núcleo Memória, foi realizado um ato político em agradecimento ao povo cubano pelo acolhimento aos exilados brasileiros durante a ditadura militar onde foram homenageadas Clara Charf, Damaris Lucena, Ilda Gomes da Silva, Isaura Coqueiro e a "Tia" Tercina. Houve também uma homenagem aos médicos cubanos que trabalham no Brasil.

Veja abaixo a Carta de São Paulo, lida e aclamada pelo participantes da Convenção. 


7º CONVENÇÃO PAULISTA DE SOLIDARIEDADE A CUBA

26 de julho de 2014

CARTA DE SÃO PAULO

Representantes de partidos e organizações políticas, movimentos sociais e militantes que compõem o MOVIMENTO PAULISTA DE SOLIDARIEDADE À CUBA, realizam esta sétima Convenção paulista em momento dramático da conjuntura mundial, mas, ao mesmo tempo, carregado de simbologias que reavivam as nossas lutas e com elas a certeza de que hoje, neste espaço de reflexão e confraternização, semeamos um futuro digno e igualitário para a espécie humana.

Neste 26 de julho de 2014, as companheiras e os companheiros que se encontram neste ato de solidariedade aqui chegaram com o sentimento contido de revolta pelo genocídio perpetrado pelo Estado de Israel ao sofrido e heroico povo palestino. Não se trata de uma guerra e nem de “dois lados” de um conflito, mas de um massacre covarde de um Estado opressor sustentado, armado e financiado pela maior potência genocida do planeta: os Estados Unidos da América.

Lamentavelmente, esse triste episódio da história humana, escrito no Oriente Médio com o sangue de milhares de inocentes, compõe um contexto de aprofundamento da política de terrorismo de Estado capitaneado pelos Estados Unidos, em consonância com os seus parceiros menores da União Europeia e aval das burguesias de cada país, o que tem provocado instabilidade e sério risco de alastramento de novas guerras pelo mundo.

Na carta paulista da nossa 6º Convenção, realizada na Câmara Municipal de São Paulo, destacou-se que a América Latina vivia um contexto de uma nova ofensiva política e militar imperialista, exemplificada nos golpes de Estado em Honduras e no Paraguai, na ocupação militar do Haiti, na reativação da IV Frota Naval, no aumento das bases militares e na construção – por parte de governos pró-imperialistas de nosso continente – da Aliança do Pacífico.

Passado um ano, não só reiteramos essa análise, mas somos forçados a registrar novos episódios dessa infame marcha militarista e opressora que demonstra o desespero dos senhores do capital em se apropriar das riquezas naturais do planeta para satisfazer seus respectivos interesses de classe. Citamos a tentativa covarde de desestabilização do governo popular venezuelano, com incessantes ataques de obscuros grupos de mercenários, sabidamente financiados com dinheiro sujo do império, que insuflou parte da classe média daquele país contra um governo legitimado por vários referendos.

Simultaneamente, e do outro lado do mundo, grupos financiados pelo governo estadunidense e também alemão, se aproveitaram da crise econômica na Ucrânia, depuseram o governo eleito e instauraram no poder outro governo despótico, e o que é pior, apoiados por setores neonazistas que instalaram o terror contra judeus, comunistas e outras “minorias”, esparramando pela Europa a chama de um fenômeno que se acreditava derrotado no pós guerra em 1945.

Após ter criado o caos político, econômico e social com as intervenções militares no Afeganistão e no Iraque, as potências imperialistas não tiveram o mesmo sucesso no Irã e na Síria, mas proporcionou cicatrizes profundas e irreversíveis nos povos destes países.

Entretanto, não obstante a dramaticidade dessa conjuntura, o nosso ato em memória e solidariedade à Revolução Cubana, se alimenta de exemplos de pessoas como aquelas que, neste mesmo local que hoje se tornou memorial da resistência, se sacrificaram em prol da liberdade, democracia e da igualdade no Brasil. As paredes surdas deste local guardam as marcas dos gritos de dor e pela liberdade, lançados pelos lutadores do povo que se opuseram à ditadura. Outros tantos escaparam à sanha violenta do Estado brasileiro durante o período ditatorial implantado em 1964, justamente por terem sido acolhidos pela então jovem democracia popular cubana e seu governo revolucionário. Nesse sentido, podemos afirmar que a Cuba revolucionária é a mais autêntica antítese do calabouço criado e mantido pela ditadura civil-militar implantada no Brasil, sob os auspícios dos Estados Unidos.

Esta Convenção se realiza também na memorável data de 26 de julho que, com a heroica tentativa de assalto ao Quartel Moncada, em 1953, significa o marco decisivo da Revolução Cubana vitoriosa em janeiro de 1959, que mudou a face da América Latina desde então e difundiu a esperança de libertação dos povos pelo mundo.

Nesta 7º Convenção, reforçamos o nosso apoio ao movimento de caráter anticapitalista que atualmente se reproduz em todas as partes do mundo e abre perspectivas concretas de enfrentamento às forças do capital e de alternativas igualitárias à crise e à sociedade de classes. Na nossa América Latina reafirmamos a importância da luta pela verdadeira integração dos povos latino-americanos que derrotará nossos maiores inimigos, o imperialismo e a burguesia internacional. Temos a certeza que a maior e melhor ação em solidariedade à Cuba que podemos realizar não são notas, cartas ou convenções, mas a construção do socialismo em nosso país e em toda a América Latina

Reiteramos a denúncia às violações aos direitos humanos praticadas pelo governo dos Estados Unidos da América na base militar de Guantánamo, às prisões, torturas, assassinatos e demais violações da condição humana em prisões clandestinas mantidas pelos Estados Unidos em outros recantos do mundo. Exigimos a retirada do exército estadunidense de Cuba, o fechamento da base de Guantánamo e das prisões e a devolução do território ao povo de Cuba, Yankees, go home!

Estar na Convenção de solidariedade à Revolução Cubana é se solidarizar com a luta dos povos oprimidos do mundo. A Revolução Cubana é marco insofismável das lutas nacionais de independência, principalmente de nações africanas. A Revolução Cubana foi crucial para golpear a segregação racial de negros em todo o mundo, pois ela foi decisiva para pôr fim ao apartheid na África do Sul, fato sempre ocultado pela mídia mundial quando faz referência o líder Nelson Mandela. A Revolução Cubana colocou em novo patamar a luta pela igualdade política, econômica e social dos povos do mundo e continua sendo fundamental para apontar caminhos possíveis para se superar a barbárie imposta à toda humanidade pelo capital.

Pelo imediato fim do massacre do Estado de Israel ao povo palestino!

Pela libertação imediata dos patriotas cubanos, antiterroristas, presos nos EUA!

Pela fim imediato da base dos EUA em Guantánamo!

Pelo fim do criminoso bloqueio dos EUA à CUBA!

"A liberdade custa muito caro e temos ou de nos resignarmos a viver sem ela ou de nos decidirmos a pagar o seu preço." (Jose Marti)

MOVIMENTO PAULISTA DE SOLIDARIEDADE À CUBA
Julho de 2014

domingo, 20 de julho de 2014

"Não à aprovação de mais um empreendimento minerador! Fora Manabi!"


Manifestamos para a sociedade nossa indignação perante a possibilidade de mais um licenciamento de mineração irresponsável em Minas Gerais. Em tempos de insegurança sobre o abastecimento de água, ameaça de crise energética, de desmatamento recorde e outros ataques ao meio socioambiental, o que seguimos assistindo é o aprofundamento do caráter primário-exportador de nossa economia, que amplia as amarras do subdesenvolvimento de nosso Estado e de nosso País.

O que está em jogo agora é o licenciamento da mina de extração da empresa Manabi, localizada em Morro do Pilar, região central de MG. Está marcada, para o dia 21 de julho, as 13h30, a 84ª reunião da Unidade Regional Colegiada Jequitinhonha do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) no Auditório da Prefeitura Municipal de Diamantina, que apreciará a solicitação do empreendedor para obtenção da Licença Prévia, sem a devida análise dos impactos cumulativos regionais, da salvaguarda de novos territórios de proteção ambiental e das projeções futuras de demanda hídrica, da fragmentação das unidades familiares, do processo fragmentado de licenciamento, do método de negociação utilizado pela empresa, etc.

Mesmo com as constantes reclamações de condições precárias de trabalho - baixos salários, baixo efetivo de trabalhadores(as), sucateamento de equipamentos e pressão dos empreendedores nas análises os técnicos da SUPRAM (Superintendência Regional de Regularização Ambiental) deram parecer prévio favorável ao licenciamento, mediante a velha prática de estabelecer “condicionantes” – nada menos do que 42!

Mas a pergunta é: As compensações de fato “compensam” os danos provocados? E, mais do que isso, a quem interessa mais um empreendimento de extração de minério de ferro atropelando a perspectiva social, ecológica, econômica e cultural sustentável de desenvolvimento?

O licenciamento dessa mina será só o começo do que pode ser mais um empreendimento de destruição de larga escala regional. Numa exploração prevista para 20 anos de duração a Manabi pretende escoar seu minério (31 milhões toneladas/ano previstos inicialmente) por um mineroduto que pretende percorrer 23 municípios (entre MG e ES), por 511 Km, e chegar ao litoral do Espirito Santo, onde pretende construir um porto.

Pretende repetir o rastro de destruição e saque das águas que é o mineroduto, a exemplo do que temos sofrido com o mineroduto Minas-Rio (que percorre 525 Km entre Conceição do Mato Dentro/MG e São João da Barra/RJ), da empresa Anglo American. Bem como criar mais um porto no Estado do Espírito Santo (que já possui 8 portos!), passando por cima de comunidades tradicionais, atingindo a vida de centenas de pescadores e causando destruição a uma biodiversidade inigualável.

Ciente da devastação e revolta que tem gerado a extração de minério de ferro, a Manabi foi criada em março de 2011 e tem carregado um discurso de empresa nova, com “novas práticas”. No entanto, os fatos mostram que não há nada de novo. Exemplo disso é que seu fundador é Ricardo Antunes Carneiro Neto, que trabalhou por anos na antiga Companhia Vale do Rio Doce e foi co-fundador das LLX e MMX, ambas empresas do grupo de Eike Batista.

Nós, movimentos organizados, pesquisadores/as e lutadores/as sociais dizemos em alto e bom som: NÃO À APROVAÇÃO DE MAIS UM EMPREENDIMENTO MINERADOR! FORA MANABI!!

Estamos organizados em torno da resistência à implantação do mineroduto da Manabi, que teve no Seminário de Açucena (abril/2014) um marco da resistência que congregou diversos movimentos, pesquisadores/as e prefeitos/as que disseram não ao caráter primário-exportador da mineração, não ao mineroduto que sequestra nossas águas e causa grandes devastações e por um novo pacto federativo que dê melhores condições de desenvolvimento para os municípios de pequeno e médio porte, para que as cidades se fortaleçam e não fiquem sensíveis ao discurso de geração de empregos feito pelos grandes empreendimentos.

Além de outras resistências como o pedido feito no Ministério Público Federal pela ADDAF (Associação de Defesa e Desenvolvimento Ambiental de Ferros) requisitando a anulação da Audiência Pública realizada no município de Ferros (MG), em que nada foi dito para população a respeito dos impactos sócio-ambientais do mineroduto, bem como a resistência dos moradores de Regência (Linhares) que, no dia 12 de julho, em atividade organizada por dois grupos de pesquisas da Universidade Federal do Espírito Santo (OCCA e Organon) disseram FORA Manabi! Não ao mineroduto! Não ao Porto!

E agora conclamamos a sociedade, bem como aos conselheiros e as conselheiras do COPAM: Digamos não à Mina de extração da Manabi! Basta de destruição! A dita “vocação para minerar” está matando o nosso Estado! Não precisamos exportar minério para viver! A devastação deste empreendimento não diz respeito apenas a Morro do Pilar, mas sim ao conjunto do povo mineiro, do povo do Espírito Santo, do povo brasileiro!

Por tudo isso, apelamos para o apoio de toda a sociedade, bem como conclamamos providências do Ministério Público. Digamos não a mais essa proposta de destruição! Informamos também aos conselheiros e às conselheiras da SUPRAM que tal decisão se encontra, neste momento, em suas mãos: Digam não! Não sejam corresponsáveis por mais esse crime contra a vida!

Registre seu apoio, reforce a mensagem NÃO À APROVAÇÃO DE MAIS UM EMPREENDIMENTO MINERADOR! FORA MANABI!

Divulgue essa nota, que será lida e entregue para os conselheiros e conselheiras da SUPRAM na reunião do dia 21 de julho em Diamantina. Novas adesões (assinaturas), enviar para foramanabi@gmail.com

Brasil, 17 de julho de 2014

ADDAF – Associação de Defesa e Desenvolvimento Ambiental de Ferros
Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade - AFES
Articulação Antinuclear Brasileira
Associação de Conservação Ambiental Orgânica (ACAÓ) - Santa Maria de Itabira
Articulação dos Atingidos pela Mineração do Norte de Minas – MG
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB
Ame a Verdade
Associação Alternativa Terrazul
Associação Brasileira de Reforma Agrária
Associação Para a Recuperação e Conservação Ambiental - ARCA AMASERRA
Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária – AMAR
Associação de Proteção ao Meio Ambiente - APROMAC
Associação de Saúde Ambiental – TOXISPHERA
Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida – (APREMAVI – SC)
Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de Belo Vale (APHAA-BV)
Associação PRIMO - Primatas da Montanha
Brasil Pelas Florestas
Brigadas Populares
Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de MG
Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente a Mineração
Coletivo Margarida Alves
CEPASP – PA
Campanha Pelas Águas e contra o Mineroduto da Ferrous
Cáritas Diocesana de Sobral – CE
Cantos do Mundo
Consulta Popular
Conselho Indigenista Missionário – CIMI
Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas – CONAQ
Central Única dos Trabalhadores – CUT
Centro Franciscano de Defesa dos Direitos
Centro de Ecologia Integral de Betim - CEIB
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria – CNTI
CSP-Conlutas
Comissão Pastoral da Terra – CPT
Conselho Pastoral dos Pescadores
Comissão Paroquial de Meio Ambiente (CPMA) de Caetité
Evangélicos Pela Justiça
Educafro Minas
Fase
FBOMS
Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Ambiental
Frente de Luta pelos Direitos Humanos
Fórum Carajás
Grupo de Extensão Universitária - Organon (UFES)
Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente da UFMA (GEDMMA)
Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte - GPEA/UFMT
Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro (Angá)
Greenpeace
Grupo Franciscano de Educação Ambiental
Hutukara Associação Yanomami (HAY)
Instituto Caracol - iC
Instituto Socioambiental - ISA
Instituto de Estudos Socioeconômicos – INESC
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas - Ibase
Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul – PACS
Instituto Brasileiro de Educação, Integração e Desenvolvimento Social - Ibeids
Justiça nos Trilhos
Juventude Atingida pela Mineração - PA e MA
Juventude Franciscana do Brasil – JUFRA
Justiça Global
Levante Popular da Juventude
Marcha Franciscana
Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra - MST
Movimento Nacional pela Soberania Popular frente à Mineração - MAM
Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB
Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA
Movimento pela Moralidade Pública e Cidadania - Ong Moral MT
Movimento pelas Serras e Águas de Minas (MovSAM)
Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela
Movimento Guará e Xô Mineradoras
Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça e Cidadania
Movimento Artístico, Cultural e Ambiental de Caeté - MACACA (Caeté/MG)
Marcha Mundial de Mulheres
Observatório de Conflitos no Campo (OCCA – UFES)
Ordem Franciscana Secular - OFS
Pastoral da Juventude Rural - GO
Pedra no Sapato
Pastorais Sociais / CNBB
Rede Brasileira de Justiça Ambiental
Rede Cearense de Juventude pelo Meio Ambiente – RECEJUMA
Rede Axé Dudu
Rede Brasileira de Ecossocialistas
Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental – REMTEA
Rede Causa Comum
Rede Franciscana de Justiça, Paz e Ecologia - Sinfrajupe
REAJA
Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia – SINFRAJUPE
Secretariado de Missão e Evangelização da Província Franciscana Santa Cruz
Serviço Franciscano de Justiça, Paz e Integridade da Criação - OFM/PSC
Sindiquimica - PR
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Açucena - MG
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Simonésia - MG
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha - MG
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canaã dos Carajás – PA
Sindicato Unificado da Orla Portuária - SUPORT ES
Serviço Interfranciscano de Ecologia e Solidariedade – SINFRAJUPE
Sindicato Metabase Inconfidentes
SOS Serra da Piedade (MG)
UNICON - Unidos Por Conceição
VIVAT International

sexta-feira, 18 de julho de 2014

(NOTAS DA GUERRA POPULAR) Filipinas: Novas emboscadas causam duros golpes contra latifundiários e grandes burgueses


15 de julho de 2014 - O Exército Vermelho (Novo Exército Popular) realizou novas ofensivas táticas contra latifundiários e grileiros. Os combatentes do NEP que operam na região de South Central Bukidnon, por volta das 10h30, atacaram um depósito da empresa de agronegócio Del Monte Philippines (que, na região, investe em lavouras de acabaxi para exportação). Durante a ação, seguranças da empresa resistiram ao ataque, iniciando o tiroterio entre estes e os combatentes vermelhos do NEP. No tiroteio, foram executados Rey Balon e Reynald Pangkat, dois seguranças. No depósito, os combatentes vermelhos confiscaram dezessete fuzis de alta periculosidade, incluindo seis rifles M16, três carabinas, um rifle Garand, seis escopetas e uma pistola semi-automática. Confiscaram, além disso, cinco rádios VHF e munições. A guerrilha também causou duros golpes econômicos contra a empresa, incendiando o depósito, um bunker, um trator agrícola, quatro motocicletas e entre outros. O Partido Comunista das Filipinas acusa a empresa de violar direitos trabalhistas, como o pagamento de salários baixíssimos para os trabalhadores das lavouras, bem como obrigando-os a se endividarem e comprarem produtos em armazéns da empresa a preços superfaturados.

15 de julho de 2014 - Combatentes do Exército Vermelho (Novo Exército Popular), operando na região nordeste de Mindanao, atacaram simultaneamente três grupos armados privados a serviço de capitalistas mineradores da região. Os ataques foram feitos, simultaneamente, nos povoados de Santa Irene, Sitio Inagawan e Bitan-agan. Às 5h50 da manhã, a guerrilha atacou o escritório do capitalista despótico Calpet Egua. O ataque, contudo, fracassou e resultou na morte de dez guerrilheiros e no ferimento de alguns outros. Do lado do exército particular de Calpet, quatro elementos foram justiçados, incluindo seu irmão, conhecido na região por causar terror contra populações indígenas. Na outra ofensiva tática, feita mais ou menos no mesmo horário em Sitio Inagwan, os combatentes vermelhos confiscaram sete fuzis M16, um fuzil M14 e duas pistolas semi-automáticas. Na ação, porém, um combatente vermelho foi martirizado. Durante a ofensiva realizada no povoado de Bitan-agan, os combatentes vermelhos conseguiram executar Renato Villaverde, conhecido bandido e segurança das mineradoras. Uma carabina, uma pistola .45  e uma 9 mm KG foram confiscadas. Um combatente vermelho saiu ferido.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

ILPS condena o terrorismo sionista e apoia a luta do povo palestino por sua libertação


A Liga Internacional de Luta dos Povos (ILPS) condena as últimas atrocidades perpetradas por Israel contra o povo palestino e expressa apoio incondicional ao direito do povo palestino se libertar das décadas de ocupação sionista sobre suas terras. Ao mesmo tempo, a ILPS condena as potências ocidentais - dirigidas pelos Estados Unidos - por seu apoio hipócrita e sem vergonha ao regime sionista terrorista de Israel. 


A atual agressão israelense contra o povo palestino na Faixa de Gaza, desde há cinco dias, resultou na morte de quase 200 civis, centenas de civis feridos, casas, mesquitas, hospitais, escolas, sistemas hidráulicos e de combustíveis bombardeados por Israel, bem como a destruição de outras infra-estruturas. Uma alta proporção dos mortos pelas bombas e metralhadoras israelenses são crianças. Centenas de palestinos estão sendo presos ilegalmente, detidos e torturados. Os agressores sionistas estão prontos para matar mais palestinos através de bombas na Faixa de Gaza.

Na última vez que os sionistas bombardearam e invadiram Gaza, em 2008, mataram pelo menos 1,1 mil palestinos e se vangloriaram de os palestinos só haverem lhes causado 13 baixas. Atualmente, eles proclamam de forma alegre que o sistema anti-mísseis israelense impediu que os foguetes atirados pelos palestinos  matassem um só israelense. Mas, ainda assim, estão com sangue nos olhos para destruírem as vidas dos palestinos e suas propriedades numa escala massiva.

Os crimes de longa data dos sionistas israelenses são as violentas ocupações das terras da maioria dos palestinos, forçando-os a se enfurnarem em minúsculas glebas, como a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, e a se submeterem a grosseiras violações de direitos humanos. Na Faixa de Gaza, 1,5 milhão de palestinos estão enfurnados num minúsculo território de 350 quilômetros quadrados. A estratégia óbvia de Israel é impossibilitar a criação do Estado Palestino sitiando seus territórios com o uso da muralha do apartheid, assentamentos israelenses e ataques violentos, despojando-os de acesso ao mar e forçando a população a sair. 

O pretexto para as recentes atrocidades israelenses foi o sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses num assentamento construído em terras griladas da Palestina. Sem apontar quaisquer provas, Netanyahu imediatamente culpou o Hamas e prometeu uma retaliação. O Hamas negou qualquer envolvimento com as mortes dos assentados israelenses. Netanyahu ignorou até mesmo o pedido da ONU para que provas fossem apresentadas.

Alguns palpitaram sobre a possibilidade de a morte de os três assentados israelenses ter sido na verdade uma falsa bandeira levantada pelos sionistas para justificar a última agressão contra a Palestina. Dado o histórico passado do uso de muitas falsas bandeiras para justificar a tão alardeada guerra ao terror e guerras de agressão contra países soberanos, tais palpites não podem ser descartados.

No abril passado, Fatah e o Hamas assinaram um acordo que pôs um fim à longa rivalidade entre ambos e se formar um governo unitário. Tal atitude levantou os cabelos dos sionistas e seus apoiadores em Washington. Os sionistas e seus apoiadores ocidentais morrem de medo de uma resistência palestina unificada contra a ocupação israelense. Eles farão tudo para sabotar quaisquer tentativas de unidade.

A mídia corporativa ocidental, como sempre, tem cumprido seu papel deplorável em justificar todas as agressões israelenses contra o povo palestino, até mesmo culpando as vítimas das atrocidades israelenses por seu próprio sofrimento. Dão coberturas por horas e horas na imprensa pela morte dos três assentados, enquanto ignoram propositadamente os brutais massacres em massa, bem como o falecimento de um adolescente palestino que morreu incendiado por assentados israelenses.

A hipocrisia sem limites dos políticos do Ocidente é completamente condenável. Obama denunciou a morte dos três adolescentes israelenses como um "ato insensível de terror contra jovens inocentes" (um dos três era um soldado no exército israelense". David Cameron tentou ir ainda mais além de Obama dizendo: "Este foi um ato apavorante e imperdoável de terror perpetrado contra jovens adolescentes. A Grã-Bretanha ficará ao lado de Israel já que esta procura trazer justiça para os responsáveis". Será mesmo que Obama e Cameron já condenaram o assassinato de uma criança ou adolescente palestinos de uma forma tão veemente?

As reportagens altamente tendenciosas por parte da mídia ocidental são igualmente condenáveis. Grandes monopólios da imprensa como a BBC dedicaram linhas e linhas e exaustivas reportagens para falar sobre a morte dos três assentados israelenses, incluindo entrevista com parentes em luto. Um grande canal de imprensa cobriu os funerais dos três mortos por mais de nove horas. Isso nunca aconteceu com as vítimas palestinas do terror israelense. 

A verdade nua e crua que não aparece nos meios da imprensa ocidental, é a de que, segundo uma única reportagem: "ao longo dos últimos 13 anos, em média, uma criança palestina foi assassinada por Israel a cada 3 dias. Desde a explosão da segunda Intifada em setembro de 2000, 1.523 crianças palestinas foram mortas pelas forças ocupantes israelenses. Assim, a proporção de crianças palestinas mortas comparativamente às crianças israelenses morta é de mais de 10 para 1."

A ILPS proclama, a nível global, todos seus comitês regionais, comitês nacionais, organizações membro, todas as forças aliadas, todos os amantes da paz que sejam paz e justiça para protestarem contra os últimos ataques e os massacres de longa data levados a cabo pelo regime sionista israelense contra o povo palestino, bem como contra o apoio dos governos ocidentais a estes. A ILPS apoia firmemente o povo palestino em sua luta para se libertar da ocupação e opressão sionistas e pelo estabelecimento de seu próprio Estado soberano.

escrito pelo
 Escritório do Presidente da Liga Internacional de Luta dos Povos
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Leia a nota original

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Solidariedade ao Povo Palestino


Nesta última semana, as atenções se voltam novamente ao Oriente Médio. Desta vez as notícias não são sobre os mercenários financiados pelo imperialismo ocidental que estavam criando caos na Síria para tentar desestabilizar este país que luta pela soberania frente ao imperialismo dos EUA e de Israel, mas sobre o mais recente massacre de palestinos, na faixa de Gaza, pela entidade sionista.

O movimento sionista, inspirado na ideia da formação de um estado racial judeu na Palestina, desde sua fundação em fins do século XIX, vem se ligando aos mais reacionários impérios da história para realizar seu projeto de colonização. Depois de sua fundação na sangrenta guerra de 1948, aplica uma política atroz de colonização e despovoação (de suas populações originárias) dos territórios árabes (principalmente o palestino). Contando com a superioridade militar que lhe proporciona a aliança com a maior potência bélica do mundo — os EUA —, os sionistas têm saído impunes dos horrores que praticam contra os povos daqueles territórios, mesmo com a constante denúncia contra seus crimes que reverberam das vozes de associações humanitárias até conhecidos chefes de Estado.

É eterna na memória dos palestinos, através da experiência vivida, e na dos povos amantes da liberdade e da paz em todo mundo, através do relato de Jacques Reynier, delegado chefe da Cruz Vermelha Internacional, os horrores de Deir Yassin em 1948: “Trezentas pessoas foram mortas, sem nenhum motivo militar e sem qualquer espécie de provação; anciãos, mulheres, crianças, recém-nascidos, foram selvagemente assassinados com granadas e facas por tropas judias da Irgun, perfeitamente controladas e dirigidas por seus líderes”. E o relato prossegue na descrição de horrores que nada deixam a dever aos da recém encerrada Segunda Guerra Mundial. Quase vinte anos depois, na guerra dos seis dias, o Estado de Israel mostrava a mesma crueldade fazendo expandir sua dominação para novos territórios árabes. Dessa vez era o general De Gaulle quem advertia que Israel levantava contra si uma resistência que mais tarde combateria através da acusação de terrorismo.

Nos últimos cinquenta anos a violência se mantem e os palestinos expulsos de suas terras seguem sendo martirizados. Atualmente 1,5 milhão vive esmagados em Gaza sofrendo frequestes ofensivas e retaliações do exército israelense.  A pior delas, no final de 2008 e início de 2009, deixou mais de 1,4 mil palestinos mortos. Treze israelenses, sendo 10 soldados, perderam a vida. A situação se tornou crítica nos últimos tempos quando o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que não negociaria com o "presidente" palestino Mahmoud Abbas não representava também o Hamas (Movimento de Resistência Islâmica Palestina). Quando Abbas formou um governo de unidade, Netanyahu diz que não negociaria com um governo unificado com "terroristas". Deste modo, a tensão se manteria e geraria mais mortos. E é o que vem ocorrendo desde o dia 7 de Julho: a perpetuação de um genocídio contra o povo palestino.

Sob o pretexto de que o Hamas havia assassinado três adolescentes judeus na Cisjordânia (o que não fora comprovado), o Exército de Israel lança uma nova ofensiva sobre a população civil da Faixa de Gaza. Pelos dados oficiais da ONU, 1,8 milhões de pessoas já foram afetadas pelos ataques sionistas; 168 pessoas foram mortas, sendo ao menos 133 civis, dentre os quais 36 crianças.

O Movimento Bandeira Vermelha envia as mais calorosas solidariedades ao povo palestino que resiste fortemente em defesa de sua etnia e de seu território. Condenamos com todas as forças o sionismo do Estado de Israel e todos os seus lacaios que contribuem para tentar limpar as suas mãos sujas de sangue. A defesa dos direitos democráticos ao povo palestino é dever de todos aqueles que levantam a bandeira da paz, da prosperidade e dos direitos mais triviais à humanidade.

MOVIMENTO BANDEIRA VERMELHA
São Paulo, 14 de julho de 2014

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Nota de Solidariedade aos presos políticos


Atualmente, no Brasil inteiro, se levam a cabo campanhas e movimentos de solidariedade aos presos políticos do Estado reacionário brasileiro. Para garantir os interesses dos algozes do povo brasileiro - o imperialismo, a grande burguesia compradora e especuladores de terrenos urbanos - com a realização da Copa do Mundo, se intensifica como nunca a repressão fascista contra os combatentes do povo. A realidade mostra que, em épocas de efervescência das lutas populares, longe de ceder conquistas ao povo para desviá-lo da luta, as classes dominantes buscam exatamente nas balas e cassetetes os meios para garantir o seu domínio.

O recrudescimento da repressão policial durante as últimas semanas é mais um capítulo do processo de fascistização do Estado impulsionado pela realização da Copa do Mundo no país. O aparato militar agiu ostensivamente para intimidar os movimentos sociais e manifestantes que se posicionam contra os problemas gerados pela organização da competição. Manifestações foram esvaziadas antes mesmo da concentração dos militantes, debates públicos foram vigiados de perto pela tropa de choque, advogados foram presos por questionar as ações arbitrárias, em suma, todos que se atrevem a questionar os absurdos gerados pelo Estado foram duramente reprimidos no último mês.

Os companheiros presos políticos do Estado reacionário estão sendo agora acusados de "terrorismo" e "vandalismo" da forma mais caricatural possível. O exemplo mais flagrante é o estudante Fábio Hideki Harano, encarcerado pelo Estado sob tais acusações motivadas por evidências forjadas pela PM paulista. Embora seja conhecido pelos estudantes da USP por sua personalidade dócil e amigável, é agora demonizado pela grande imprensa como "o líder dos black blocs", merecendo portanto nossa concreta solidariedade diante dos ataques criminosos por parte do Estado brasileiro e seu braço armado.

Devemos estar atentos à tática repressiva do Estado e prestar solidariedade a todos os companheiros que estão sendo pegos como bodes expiatórios para que se crie um clima propício à criminalização de todos os movimentos sociais.

NÃO A CRIMINALIZAÇÃO AS LUTAS SOCIAIS!
LIBERDADE AOS PRESOS POLITICOS!
REBELAR-SE É JUSTO!

Movimento Bandeira Vermelha
São Paulo, 07 de julho de 2014